Por mais que os gestos sejam divertidos para toda a gente, a ideia não é os bebés ouvintes crescerem a fazerem gestos em vez de aprenderem a falar.
As pesquisas realizadas pelas fundadoras Dras. Linda Acredolo e Susan Goodwyn, provaram que não há nada a recear neste âmbito. Na verdade, a experiência do uso de gestos, acelera todo o processo até à fala.
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Para compreendermos o porquê disto acontecer, as especialistas Linda e Susan, lembram que da mesma forma que gatinhar é uma etapa natural e muito importante na aprendizagem da marcha, o uso dos gestos representa uma etapa natural e muito importante no desenvolvimento do conhecimento do mundo, no geral, e na comunicação, em particular.
Os gestos são descritos como uma “Etapa Natural” no desenvolvimento, porque tem muito em comum com o que o famoso psicólogo Jean Piaget chamou de desenvolvimento Sensório-motor.
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Piaget, provou que a atividade intelectual de um bebé durante os primeiros anos envolve a aprendizagem com objetos (componente motora), com a observação dos resultados das suas ações (componente sensorial) e o reconhecimento de toda a informação.
Os gestos, por terem na sua base a ação (por exemplo juntar e afastar as mãos) e relacionados diretamente a algo percebido pelos sentidos (p.e., um livro), representa competências sensório-motoras. Mas o que é mais impressionante, é que ao encorajarmos os bebés a usarem gesto para comunicar, estamos a ajudar a criança a dar o salto seguinte, o que Piaget descreve como o marco do desenvolvimento intelectual – o uso de símbolos.
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Quando ajudamos os bebés a descobrirem que juntar e afastar as mãos “representa” (simboliza) o próprio livro, com a intenção de comunicar, estamos a dar à criança uma valiosa preparação para o desenvolvimento futuro, não só da linguagem, como também de todos os domínios com base nos símbolos – imaginar, desenhar, ler e pensar.
E é assim, que as fundadoras descrevem o uso dos gestos como uma ajuda no grande quadro do desenvolvimento.
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O pediatra Brazelton, refere no seu livro “O Grande Livro da Criança”, que o facto de haver um elevado nível de compreensão e baixa capacidade de linguagem em crianças entre os 12 e os 18 meses, leva a que muitas destas crianças criem, naturalmente, gestos específicos para comunicarem algumas das suas necessidades.
E esta competência é apenas a ponta do icebergue em relação ao que eles conseguem aprender, no que se refere aos gestos.
Para as crianças que usam o Programa Baby Signs®, esta tarefa fica facilitada e as palavras surgem mais cedo.
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Bibliografia:
Acredolo, L. e Goodwyn, S. (2009) – Baby Signs, How to talk with your baby before your baby can talk
Brazelton, T. (2009) – O grande livro da Criança, Editorial Presença, 11ª Edição.
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