Porquê que o meu filho Morde ou dá Palmadas? E o que posso fazer?

Recados atrás de recados! Uma dentada aqui, outra palmada ali…porquê que isto acontece?

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Este é o discurso desesperado de uma mãe ou pai cujo bebé que sempre foi um “anjinho”  agora parece ter virado um pequeno diabrete da Tasmânia na Creche!

  1. Porquê que ele dá palmadas ou dentadas?

  2. E que consequência pode ter uma criança de 1 ano ou pouco mais? Vai de castigo? Vai para o canto “pensar” na vida? Leva um ralhete? Ouve um “ai ai ai”?

Vamos à primeira questão. Porquê?

 

É fundamental conhecer sobre a etapa de desenvolvimento das crianças, e mesmo antecipar e saber o que é “normal” e esperado em cada fase. Pela simples razão de não sermos apanhados totalmente desprevenidos e sabermos como agir.  Há imensos livros e autores que te podem facilitar esta busca.

Um dos que recomendo é o pediatra Brazelton e o seu livro “O Grande Livro da criança”.

 

Entre 1 e 2 anos, acontece uma coisa engraçada. Os miúdos testam reações e testam que impacto eles têm sobre o mundo e sobre quem os rodeia. E uma das coisas que leva os adultos a reagirem (e por vezes exageradamente, por razões óbvias), são palmadas e dentadas.

Ao mesmo tempo que as crianças conseguem estas reações, por vezes semelhante a de uma árvore de Natal a acender-se, da parte dos adultos, elas também se assustam com a reação do colega que levou a palmada ou a dentada.

 

No livro “O grande livro da criança”, o pediatra Brazelton refere-se a esta fase dos 12 aos 15 meses e explica o que muitas vezes acontece com o morder, bater e arranhar:

 

“Em breve se manifestarão estas reações, bem como outros comportamentos desagradáveis no decurso normal do desenvolvimento. Embora não sejam gratificantes, são de esperar neste período.

 

Começam como comportamentos exploratórios – como se a criança estivesse a testar as suas capacidades. Estão ligadas a períodos de sobrecarga, quando ela está descontrolada.

 

Se também os pais perderem o controlo, assustá-la-ão e reforçarão esse comportamento. Por isso contem com essas atitudes – negativa ou positivamente.

 

Digam-lhe claramente: «não gosto disso, nem ninguém gosta. Não podes fazê-lo e eu não o vou deixar até seres capaz de te controlares.» O facto de saberem que todos os bebés têm este comportamento ajudar-vos-á a dizer isto com convicção.” (do “grande Livro da Criança, pág. 180).

 

E dirigindo-se à descrição da criança aos 18 meses, Brazelton afirma que “Morder, puxar os cabelos, arranhar e bater, tudo isso elas fazem e imitam. Muitas vezes o alvo destes actos é «o melhor amigo».

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Os pais e os educadores horrorizados, reagem punindo aquele que morde, bate ou puxa o cabelo aos outros. Esta reação tem como efeito reforçar esse comportamento, em vez de o eliminar.”

 

Estes comportamentos aparentemente agressivos não começam como tal. Ocorrem em ocasiões em que a criança está hiper estimulada e perde o controlo.

 

Depois de acontecerem o agressor fica tão triste quanto o agredido. Quando os pais intervêm, instala-se o sentimento de culpa. Da próxima vez que surgir uma ocasião propícia, o comportamento repete-se. A interferência dos adultos reforça-o.

E o que fazer?

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Não vai de castigo e muito menos “pensar” na vida! Pode sim precisar de se afastar da situação, mas não como castigo, e sim como oportunidade de ser ajudada a retornar à calma e na sua autorregulação.

 

A atitude e autorregulação do próprio adulto vai ditar se o comportamento irá diminuir ou aumentar.

 

É normal e esperado, que de alguma forma o comportamento se repita, para que a criança consiga aprender e reconhecer o comportamento como desadequado e fazer treinar a autorregulação. Elas lá chegarão, com a ajuda, amor e paciência do adulto.

 

Brazelton surpreende-nos com a reflexão de que ambas as crianças devem ser confortadas. E não somente a que levou a palmada. A que agrediu é, na verdade, a que mais precisa de ser consolada, por estar assustada por se ter descontrolado, mais do que a outra por ter sido atacada (que também precisa de receber miminhos).

 

A sugestão do pediatra é que o educador deve sentar-se com ela e dizer «Ninguém gosta de ser mordido. Tu também não. Da próxima vez que te sentires assim, lembra-te que me tens a mim para te ajudar». E será necessário repetir isto inúmeras vezes.” (do “Grande livro da Criança”, pág. 207)

 

Artigo relacionado: A atitude por detrás do Programa Baby Signs®

 

Uma dica Baby Signs® é usar o gesto do “Dói-dói”, para que mais rapidamente haja a compreensão de que aquele comportamento faz doer o outro, e promover assim maior empatia, mesmo em crianças tão pequenas.

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Estes comportamentos, que fazem parte do crescimento de um bebé saudável, curioso e cheio de vontade de conhecer o mundo, é natural e podem ser simples de lidar se seguirmos as recomendações acima.

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Outra dica complementar ao que foi referido, é dar mais oportunidades ao bebé de explorar o mundo de forma segura, percebendo o seu efeito sobre o mundo, através de brincadeiras e atividades cujo impacto do comportamento do bebé é positivo e adequado, ao mesmo tempo que ajuda-o a saciar a vontade de perceber as consequências dos seus comportamentos.

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É o caso, por exemplo, a atividade com uma bola, colocada pelo bebé, que passa por dentro de um tubo, e sair do outro lado, ou de um brinquedo que cai da mão vezes sem conta, fazendo com que o adulto tenha de o ir buscar, etc.

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Mais tarde estes comportamentos de bater e morder surgem como reações à zanga, tristeza e incapacidade de falar o que necessita. Os gestos Baby Signs® e toda a metodologia do Programa, vêm amenizar estes comportamentos menos agradáveis nesta nova etapa,  e dá ao bebé a oportunidade de expressar as suas emoções e vontades no lugar de bater, morder ou puxar.

 

Descobre neste artigo como o Programa Baby Signs® pode ser benéfico no desenvolvimento da Inteligência emocional!

 

E tu, que experiências tens com estes comportamentos e como os resolves? O que funciona para ti e teu bebé?

Vou adorar ler as tuas ideias!

 

Espero que este artigo te tenha sido útil. Os próximos eventos são encontrados aqui!
Para Certificar e formar uma instituição infantil, pede informações para info@babysigns.pt

Um dia feliz
Sabla D’Oliveira

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